quinta-feira, 17 de novembro de 2016


Do Gabriela Lima de Sá

ROTEIRO ORIGINAL DA PEÇA

ABERTURA: Chegada do grupo com o boi, o estandarte e bastante animação, cantando:
Festa de folclore nunca mais se esquece
Ela vem trazendo o boi do LUAR
Vem de muito longe, ela vai brilhar.
Vem trazendo a alegria da arte popular
(canta-se até formar uma roda, com o boi no centro da roda)
MÚSICA:
Lá vem o meu boi urrando subindo o vaquejador (2x)
Deu um murro na porteira...
O vaqueiro se espantou...
E o povo lá da fazenda, com isso se levantou
Urrou, Urrou (povo repete)
Meu novilho brasileiro que a natureza criou.
Eu vim depressa menino cortando o vento quando soube que meu boi tava
Varrendo por aqui,
Ô dá licença seu moço passa de lado que o barulho desse diabo bota a gente
Pra ferver
TODOS: “ETA BOI DANADO
ÊH, BOI.”(4X)
(Na quarta vez que a estrofe é cantada entra o narrador da peça)
NARRADOR: Um viva a toda essa gente que veio trazendo o boi e a sua história vai contar
POVO: Viva!!!
NARRADOR: Um viva pra platéia que acabou de nos vivar!
POVO: Viva!!!
NARRADOR: E lá vem Pai Francisco e Catirina. Uma viva para história que acabou de começar!
POVO: Viva!!! (O boi quieto)
(Chico e Catirina pulam pra dentro da roda, e o povo se coloca a estudara trama dos dois)
CATIRINA: Marido, to olhando esse boi formoso, valente e caprichoso e ta me dando uma vontade danada de comer língua de boi. Quero comer essa língua se não morro a minguar!
CHICO: Diabo de mulher, em vez de querer um boi qualquer! Tinha que ser justamente o boi valente do coroné!
CATIRINA: Que é que foi? Quero a língua desse boi!
NARRADOR: E lá vem o Coroné Antônio, salve o dono do boi minha gente!
POVO: Salve!!!
CORONEL: Vaquejada! Jagunçada!
CAPATAZ: Jagunçada!
CORONEL: Venho notando pisada de gente estranha em volta do curral de meu mimoso animal. Vão tratar de investigar! E ai de quem relar um dedo no meu boi, minha ordem é esfarelar!
CAPATAZ: Esfarelar!
POVO: Xiiiiii
(Saem da roda e entram Chico e Catirina com um pedaço de pau)
CHICO: O plano é o seguinte: nós dá uma paulada de leve só pro bicho “durmi”. Depois arranca a língua dele e some “avuado” daqui!
CATIRINA: E quando o bicho acordar, como é que vai ser?
CHICO: O boi vive de boca fechada, ninguém vai perceber!
TODOS:            “ETA MEU BOI DANADO
                           ÊH BOI!” (4X)
(Todos cantam, o boi dança, eles batem e o boi cai)
CHICO: Danou-se... a paulada foi tão forte, acho que o boi finou-se...
NARRADOR: O BOI MORREU!!!
POVO (com as mãos para o alto): O boi morreu!!!
TODOS:              “O MEU BOI MORREU
                             QUE SERÁ DE MIM?
                             MANDA BUSCAR OUTRO
                             Ô MANINHA LÁ NO PIAUÍ!”
(canta-se 1vez triste e outra em farra)
NARRADOR: Lá vem o inventariante. Vem que vem danado fazer a partilha do boi finado.
INVENTARIANTE: A rabada é da mulher casada.
                             A tripa gaiteira é da mulher solteira.
                             A maminha é da menininha.
                             O filé é do coroné.
                             O chifrão é do maridão.
                             E o que sobrar é do generá!
POVO: (Ri, zombando da cara do Coronel Antônio, entra o Coronel)
CORONEL: Acabou-se a palhaçada! Essa chacota não tem graça! Quero meu boi de pé se não vai haver desgraça!
CAPATAZ: Vai haver desgraça!
POVO: Xiiiiii...
NARRADOR: Vamos pedir com fé para ver o boi de pé! Quando eu falar já vocês dizem: “te levanta boi” para o boi levantar! 1, 2, 3 e já! Te levanta boi!
NARRADOR: O boi está vivo! Viva!
(o boi dança enquanto canta-se: Êta boi danado...)
NARRADOR: Viva o boi do CIEP! (viva) Viva o boi do Brasil! (viva) Viva o boi que bumba! (viva) Boi Mamão, Boi Malhado, Boi Calemba, Boi de Reis e Boi Bumbam o boi que dança alegre e festeiro, e se eterniza colorindo o folclore brasileiro!   

Gabriel Lima

20 de out
para mim
PERSONAGENS

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Apresentador

É o mestre de cerimônia que conduz o espetáculo. Ao seu comando, conduz a tradicional chamada "olha o boi, olha o boi, olha o boi..." dando inicio a apresentação. Esse item também efetua o trabalho de narrador, fazendo a introdução às lendas, rituais e demais itens, apresentando-os convenientemente. É função do apresentador chamar a atenção dos jurados e demais presentes para os itens em suas evoluções na arena.

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Levantador de toada

o levantador de toadas, com sua extensão de voz afinada, é quem tem a missão de entoar as toadas que sustentam o espetáculo, por toda sua duração, a qual da harmonia ao desenvolvimento do tema.Esse item está no contexto das festas em Parintins desde o início, quando o boi
saia na rua e eram entoadas verdadeiras declarações de amor, exaltando o Caprichoso. Também eram versados os desafios e provocações para os bois contrários da época.





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Porta-Estandarte

Responsável por conduzir, o símbolo do boi em movimento, o estandarte azul e branco.A paixão e o encanto pelo azul influenciam sua evolução na arena, sempre caracterizadas pela elegância, garra e simpatia na maneira de reverenciar o estandarte, representação da sabedoria cabocla da parintinense, da tradição popular e da cultura indígena da Amazônia. Thaisa Brasil assume o posto depois do pedido de desligamento de Jéssica Tavares.




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Amo do Boi

É o personagem que representa o dono da fazenda aonde brinca o boi Caprichoso. O amo busca na herança nordestina dos repentes e versos de improviso, a inspiração para cantar e contar em falsetes a poesia cabocla, a história do boi de Parintins. É um personagem do auto do boi, oriundo também das brincadeiras nordestinas, migradas para Parintins junto com os fundadores, os irmãos Cid.Com isso o amo do boi Caprichoso, representa a figura de Roque Cid, o criador e primeiro dono do Boi Caprichoso.




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Sinhazinha da Fazenda

Representa a filha do Amo do Boi, cujo brinquedo de estimação é o Boi Caprichoso.Ela evolui com graça e alegria, exibindo sua indumentária que representa toda a pujança dos vestidos das sinhás dos tempos coloniais, reverenciando as influências da cultura do branco, importante na formação do povo parintinense. É representado por Adriane Viana que volta ao item depois de 10 anos.





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Rainha do Folclore[editar | editar código-fonte]

Ela personifica a geografia de mistérios e beleza do folclore da Amazônia, reinando absoluta nesse universo de sonhos, encantando a todos com seu bailado e pela exuberância de suas indumentárias.A rainha é a guardiã do folclore, traz a alegria e a magia de brincar de boi em sincronia com a diversidade cultural da vida existente na floresta.Sua presença na arena significa que todos os entes da mata compactuam dessa mesma alegria e sentimento de respeito pela cultura e pela natureza. É representado por Brena Dianná que está a frente do item por 8 anos e que no festival de 2015 inovou no item ao protagonizar uma mistura de ritmos em sua dança.




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Cunhã-Poranga

É a mulher mais bela das tribo do Caprichoso, tem na sua essência a garra, o mistério e o espírito guerreiro das lendárias Amazonas, expressando em sua dança os sentimentos de amor e paixão. É representado por Maria Azedo que neste ano comemora 10 anos como a índia mais bela da tribo Caprichoso.


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O Boi-Bumbá Caprichoso tem sua história atrelada a uma família. A professora e folclorista parintinense Odinéia Andrade afirma que o bumbá foi fundado em 1913 pelos irmãos Raimundo Cid, Pedro Cid e Félix Cid.

Os três teriam migrado do município de Crato, no Ceará, passando pelos estados do Maranhão e Pará, até chegarem à ilha, onde fizeram uma promessa a São João Batista para obterem prosperidade na novo município.

Isso foi motivado pelas influências recebidas pelos Cid durante a trajetória até a ilha, quando puderam conhecer vários folguedos juninos por onde passaram. Duas manifestações folclóricas chamaram a atenção: o Bumba-Meu-Boi, maranhense, e a Marujada paraense. 

Andrade (2006) afirma que o Boi Caprichoso assimilou elementos desses dois folguedos, uma vez que o bumbá adotou como cores oficiais o azul e o branco, usadas nos trajes dos marujos, e denominou seu grupo de batuqueiros, responsáveis pelo ritmo na apresentação do boi de Marujada de Guerra.






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Pajé

O pajé é um item importante na regionalização da festa. Aqui nas representações do auto do boi, mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi preferido do patrão, forçando o seu marido, o Pai Francisco, a matar o boi e arrancar a língua para satisfazer os desejos da grávida. Ao fim o boi é ressuscitado pelo curandeiro local, com poderes sobrenaturais, o poderoso Pajé.O Pajé interpreta em sua apresentação o feiticeiro, o curandeiro, o mago das transmutações, fascinando pelos cantos, pelas rezas, danças e rituais.Com o poder mágico das ervas, repete o gesto de invocar os espíritos sagrados pedindo proteção aos ancestrais para expulsar o ser maléfico. Após anos de evolução da festa, o Pajé ganhou importância no enredo do espetáculo, migrando em definitivo para a parte tribal da festa, encenando os ritos e lendas indígenas. Sendo a aparição desse item um dos momentos mais aguardados de cada noite.

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