Do Gabriela Lima de Sá
ROTEIRO ORIGINAL DA PEÇA
ABERTURA: Chegada do grupo com o boi, o estandarte e bastante animação, cantando:
Festa de folclore nunca mais se esquece
Ela vem trazendo o boi do LUAR
Vem de muito longe, ela vai brilhar.
Vem trazendo a alegria da arte popular
(canta-se até formar uma roda, com o boi no centro da roda)
MÚSICA:
Lá vem o meu boi urrando subindo o vaquejador (2x)
Deu um murro na porteira...
O vaqueiro se espantou...
E o povo lá da fazenda, com isso se levantou
Urrou, Urrou (povo repete)
Meu novilho brasileiro que a natureza criou.
Eu vim depressa menino cortando o vento quando soube que meu boi tava
Varrendo por aqui,
Ô dá licença seu moço passa de lado que o barulho desse diabo bota a gente
Pra ferver
TODOS: “ETA BOI DANADO
ÊH, BOI.”(4X)
(Na quarta vez que a estrofe é cantada entra o narrador da peça)
NARRADOR: Um viva a toda essa gente que veio trazendo o boi e a sua história vai contar
POVO: Viva!!!
NARRADOR: Um viva pra platéia que acabou de nos vivar!
POVO: Viva!!!
NARRADOR: E lá vem Pai Francisco e Catirina. Uma viva para história que acabou de começar!
POVO: Viva!!! (O boi quieto)
(Chico e Catirina pulam pra dentro da roda, e o povo se coloca a estudara trama dos dois)
CATIRINA: Marido, to olhando esse boi formoso, valente e caprichoso e ta me dando uma vontade danada de comer língua de boi. Quero comer essa língua se não morro a minguar!
CHICO: Diabo de mulher, em vez de querer um boi qualquer! Tinha que ser justamente o boi valente do coroné!
CATIRINA: Que é que foi? Quero a língua desse boi!
NARRADOR: E lá vem o Coroné Antônio, salve o dono do boi minha gente!
POVO: Salve!!!
CORONEL: Vaquejada! Jagunçada!
CAPATAZ: Jagunçada!
CORONEL: Venho notando pisada de gente estranha em volta do curral de meu mimoso animal. Vão tratar de investigar! E ai de quem relar um dedo no meu boi, minha ordem é esfarelar!
CAPATAZ: Esfarelar!
POVO: Xiiiiii
(Saem da roda e entram Chico e Catirina com um pedaço de pau)
CHICO: O plano é o seguinte: nós dá uma paulada de leve só pro bicho “durmi”. Depois arranca a língua dele e some “avuado” daqui!
CATIRINA: E quando o bicho acordar, como é que vai ser?
CHICO: O boi vive de boca fechada, ninguém vai perceber!
TODOS: “ETA MEU BOI DANADO
ÊH BOI!” (4X)
(Todos cantam, o boi dança, eles batem e o boi cai)
CHICO: Danou-se... a paulada foi tão forte, acho que o boi finou-se...
NARRADOR: O BOI MORREU!!!
POVO (com as mãos para o alto): O boi morreu!!!
TODOS: “O MEU BOI MORREU
Ô MANINHA LÁ NO PIAUÍ!”
(canta-se 1vez triste e outra em farra)
Veja o vídeo com a música: http://www.youtube. com/watch?v=oSbzuSas2HU& feature=related
NARRADOR: Lá vem o inventariante. Vem que vem danado fazer a partilha do boi finado.
INVENTARIANTE: A rabada é da mulher casada.
A tripa gaiteira é da mulher solteira.
A maminha é da menininha.
O filé é do coroné.
O chifrão é do maridão.
E o que sobrar é do generá!
POVO: (Ri, zombando da cara do Coronel Antônio, entra o Coronel)
CORONEL: Acabou-se a palhaçada! Essa chacota não tem graça! Quero meu boi de pé se não vai haver desgraça!
CAPATAZ: Vai haver desgraça!
POVO: Xiiiiii...
NARRADOR: Vamos pedir com fé para ver o boi de pé! Quando eu falar já vocês dizem: “te levanta boi” para o boi levantar! 1, 2, 3 e já! Te levanta boi!
NARRADOR: O boi está vivo! Viva!
(o boi dança enquanto canta-se: Êta boi danado...)
NARRADOR: Viva o boi do CIEP! (viva) Viva o boi do Brasil! (viva) Viva o boi que bumba! (viva) Boi Mamão, Boi Malhado, Boi Calemba, Boi de Reis e Boi Bumbam o boi que dança alegre e festeiro, e se eterniza colorindo o folclore brasileiro!
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20 de out
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PERSONAGENS
Apresentador
É o mestre de cerimônia que conduz o espetáculo. Ao seu comando, conduz a tradicional chamada "olha o boi, olha o boi, olha o boi..." dando inicio a apresentação. Esse item também efetua o trabalho de narrador, fazendo a introdução às lendas, rituais e demais itens, apresentando-os convenientemente. É função do apresentador chamar a atenção dos jurados e demais presentes para os itens em suas evoluções na arena.
Levantador de toada
o levantador de toadas, com sua extensão de voz afinada, é quem tem a missão de entoar as toadas que sustentam o espetáculo, por toda sua duração, a qual da harmonia ao desenvolvimento do tema.Esse item está no contexto das festas em Parintins desde o início, quando o boi
saia na rua e eram entoadas verdadeiras declarações de amor, exaltando o Caprichoso. Também eram versados os desafios e provocações para os bois contrários da época.
Porta-Estandarte
Responsável por conduzir, o símbolo do boi em movimento, o estandarte azul e branco.A paixão e o encanto pelo azul influenciam sua evolução na arena, sempre caracterizadas pela elegância, garra e simpatia na maneira de reverenciar o estandarte, representação da sabedoria cabocla da parintinense, da tradição popular e da cultura indígena da Amazônia. Thaisa Brasil assume o posto depois do pedido de desligamento de Jéssica Tavares.
Amo do Boi
É o personagem que representa o dono da fazenda aonde brinca o boi Caprichoso. O amo busca na herança nordestina dos repentes e versos de improviso, a inspiração para cantar e contar em falsetes a poesia cabocla, a história do boi de Parintins. É um personagem do auto do boi, oriundo também das brincadeiras nordestinas, migradas para Parintins junto com os fundadores, os irmãos Cid.Com isso o amo do boi Caprichoso, representa a figura de Roque Cid, o criador e primeiro dono do Boi Caprichoso.
Sinhazinha da Fazenda
Representa a filha do Amo do Boi, cujo brinquedo de estimação é o Boi Caprichoso.Ela evolui com graça e alegria, exibindo sua indumentária que representa toda a pujança dos vestidos das sinhás dos tempos coloniais, reverenciando as influências da cultura do branco, importante na formação do povo parintinense. É representado por Adriane Viana que volta ao item depois de 10 anos.
Rainha do Folclore[editar | editar código-fonte]
Ela personifica a geografia de mistérios e beleza do folclore da Amazônia, reinando absoluta nesse universo de sonhos, encantando a todos com seu bailado e pela exuberância de suas indumentárias.A rainha é a guardiã do folclore, traz a alegria e a magia de brincar de boi em sincronia com a diversidade cultural da vida existente na floresta.Sua presença na arena significa que todos os entes da mata compactuam dessa mesma alegria e sentimento de respeito pela cultura e pela natureza. É representado por Brena Dianná que está a frente do item por 8 anos e que no festival de 2015 inovou no item ao protagonizar uma mistura de ritmos em sua dança.
Cunhã-Poranga
É a mulher mais bela das tribo do Caprichoso, tem na sua essência a garra, o mistério e o espírito guerreiro das lendárias Amazonas, expressando em sua dança os sentimentos de amor e paixão. É representado por Maria Azedo que neste ano comemora 10 anos como a índia mais bela da tribo Caprichoso.
O Boi-Bumbá Caprichoso tem sua história atrelada a uma família. A professora e folclorista parintinense Odinéia Andrade afirma que o bumbá foi fundado em 1913 pelos irmãos Raimundo Cid, Pedro Cid e Félix Cid.
Os três teriam migrado do município de Crato, no Ceará, passando pelos estados do Maranhão e Pará, até chegarem à ilha, onde fizeram uma promessa a São João Batista para obterem prosperidade na novo município.
Isso foi motivado pelas influências recebidas pelos Cid durante a trajetória até a ilha, quando puderam conhecer vários folguedos juninos por onde passaram. Duas manifestações folclóricas chamaram a atenção: o Bumba-Meu-Boi, maranhense, e a Marujada paraense.
Andrade (2006) afirma que o Boi Caprichoso assimilou elementos desses dois folguedos, uma vez que o bumbá adotou como cores oficiais o azul e o branco, usadas nos trajes dos marujos, e denominou seu grupo de batuqueiros, responsáveis pelo ritmo na apresentação do boi de Marujada de Guerra.
Os três teriam migrado do município de Crato, no Ceará, passando pelos estados do Maranhão e Pará, até chegarem à ilha, onde fizeram uma promessa a São João Batista para obterem prosperidade na novo município.
Isso foi motivado pelas influências recebidas pelos Cid durante a trajetória até a ilha, quando puderam conhecer vários folguedos juninos por onde passaram. Duas manifestações folclóricas chamaram a atenção: o Bumba-Meu-Boi, maranhense, e a Marujada paraense.
Andrade (2006) afirma que o Boi Caprichoso assimilou elementos desses dois folguedos, uma vez que o bumbá adotou como cores oficiais o azul e o branco, usadas nos trajes dos marujos, e denominou seu grupo de batuqueiros, responsáveis pelo ritmo na apresentação do boi de Marujada de Guerra.
Pajé
O pajé é um item importante na regionalização da festa. Aqui nas representações do auto do boi, mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi preferido do patrão, forçando o seu marido, o Pai Francisco, a matar o boi e arrancar a língua para satisfazer os desejos da grávida. Ao fim o boi é ressuscitado pelo curandeiro local, com poderes sobrenaturais, o poderoso Pajé.O Pajé interpreta em sua apresentação o feiticeiro, o curandeiro, o mago das transmutações, fascinando pelos cantos, pelas rezas, danças e rituais.Com o poder mágico das ervas, repete o gesto de invocar os espíritos sagrados pedindo proteção aos ancestrais para expulsar o ser maléfico. Após anos de evolução da festa, o Pajé ganhou importância no enredo do espetáculo, migrando em definitivo para a parte tribal da festa, encenando os ritos e lendas indígenas. Sendo a aparição desse item um dos momentos mais aguardados de cada noite.


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